sábado, 23 de junho de 2012

"Eu me assustei ao me ver tão feliz"


 
Uma casa quase vazia, a não ser pelos gatos que circulavam por ela, e pela jovem internauta sentada no tapete da sala assistindo ao show de um projeto, Agridoce o nome dele. As luzes apagadas e as músicas calmas, diria até melancólicas, em alguns casos, davam um ar de calmaria àquele ambiente. O cobertor rosa e o travesseiro branco sugeriam uma delicadeza confortável, quente, com uma pitada de fofura. Fofo. Uma entrevista de Pitty Leone e Martin Menezes minutos atrás dizendo que o som novo é tudo, menos fofo. Seria um falso fofo. "Fofake" - como ela prefere chamar. O leve piscar de olhos da menina que assistia-a era algo fofo, encantado. "Feche os olhos quando eu for mostrar o meu mundo pra você que está sempre aqui." Ao piscar os olhos, recordava-se do seu mundo, pensava sobre o mundinho em que vivia. Quer jeito melhor de parar, pensar, e desejar chegar a seus "130 anos"? Uma casa calma, numa noite que os termômetros deviam estar marcando uns 21ºC e os pensamentos fervendo. "Eu sei que lá no fundo há tanta beleza no mundo." Eu, de fato, queria enxergar. Queria a beleza um rosto iluminado pelo seu computador, apenas. Queria a beleza de uma música fazendo-lhe flutuar. Queria a beleza das cores. Queria a beleza da delicadeza ao tocar um piano. Queria a beleza do sorriso de uma criança. "Por isso eu me entrego a um imediatismo cego, pronta pro mundo acabar."
 
A menina, eu, nós. Se o mundo acabasse hoje, estaríamos dançando, cantando, pensando. 

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