sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Poemando sobre: O amor e seu oposto.

"Ninguém te obriga a odiar
o ser que amas.
E tampouco estás obrigado a amar
o ser que odeias.
Em troca, toda vez que amas alguém
estás mais perto de odiá-lo."

Uma verdade dolorida descrita em uma bela combinação de palavras, assim, talvez, diminuindo tal efeito catastrófico. Mas ainda assim, uma verdade. Mas por quê? Por que será que sempre esperamos mais de quem amamos, assim, decepcionando-nos com uma facilidade assustadoramente maior e também  guardando um dos piores sentimentos: a mágoa?

Se um qualquer rouba-te, é compreensível, talvez, pois o mundo está mesmo assim, um trapaceando o outro. Entretanto, se o ladrão em questão for uma pessoa em que depositamos certa confiança, nós ficamos mais desequilibrados, tristes, agora por duas razões: o roubo, e por quem foi cometido. Mas ele não é também um sobrevivente desse mundo cruel e sem amor? Não deveria ser também "compreendido"? Mas ele era alguém de minha confiança, como se fosse da minha família!! Questão cultural ou é do interior do ser humano fazer isso? Talvez sejam perguntas que só psicólogas ou pesquisadores do assunto pudessem responder. Ou talvez, quem sabe, respostas que apenas o "coração", não o órgão em si, mas aquele sentimento que está em algum lugar, e que dizemos estar no coração, nosso órgão vital.

De uma forma ou de outra, com ou sem explicação, a probabilidade de odiarmos quem amamos um dia é enorme, mesmo isso não fazendo parte do amor. O ser humano é complexo. E pagamos por isso todos os dias. Como resolver? Não ame!









Trecho de Joan Rossa. Tradução de Ronald Polito.

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