sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Sentimentalismo sem valor.

Mas que cu, véi! Eu estava forte, pensando menos em você, querendo cada vez menos você, sentindo você cicatrizando em mim. Hipocritamente, eu até dizia não te querer mais, dizia que você morreu, e que desisti de você. Até que o meu celular toca às 7:04am, e eu vejo aquele número conhecido, aquele número que me ligou diariamente por 6 meses. Foi ali que toda a minha força esvaiu-se. Ao ouvir sua voz eu desejei você, sua boca, seu cheiro, seu olhar. E se não bastasse todo esse tormento carnal, sexual, o que eu mais desejei foi seu coração, seus pensamentos, seu sorriso. Notei que desistir de você não faz parte do meu verdadeiro eu, faz parte de um desejo interno. Eu gostaria de ter desistido e seguido em frente. Entretanto, para mim nada mudou. Para mim, está tudo como na noite anterior ao natal, você comigo e apenas comigo. Sua voz é assim, como cachaça, entorpece-me, deixa-me tonta, faz-me rir a toa, faz o que há de sincero em mim transparecer, deixa-me vulnerável. Com tudo isso, começo a mirabolar as coisas, a criar expectativas.

“Eu a entendo, eu também teria ciúmes, até porque ela sabe o quanto eu gosto de você e o quanto você gosta de mim.” Parece que quem está ao seu lado sou eu, parece que ela é quem gosta de você e não te tem, parece que eu sou a sortuda. E mesmo eu sabendo que nada disso é verídico, eu ainda assim crio fantasmas em minha cabeça, fantasmas que eu não sei dizer se são do bem, ou do mal. Fantasma do sentimento, da saudade, da falta, da dúvida.

Ao final da ligação, eu era outra. Fui, tomei um banho, coloquei uma música calma, que eu cantei alegremente, gritando. Roupa limpa, cabelos bem penteados, lápis preto no olho para esconder as olheiras. Feliz, leve. Feliz por ele ter me ligado, leve por ouvir sua voz, por ouvir de novo um “Fica com Deus!”. 

Ao conversar com meu melhor amigo, o choque de realidade: “Ele não gosta de você, se ela não fosse embora, ele ficaria com ela. […] Ele está querendo alguém para continuar comendo.” E todas as esperanças? E aquela voz de novo, aquela doce voz que ouvi por seis meses? E aquela ligação de 1h58? Eu estou me iludindo, mais uma vez? Por que eu permito a mim mesma fazer papel de palhaça de novo? Por que eu quero você e ninguém mais? Por que todas as tentativas de achar-te em outra pessoa resultou em algo vazio, algo improdutivo, uma coisa sem mais nem menos? 

Eu quero ser feliz, e parece-me que ainda demorará para isso acontecer. Eu quero você, só você, e cada tentativa frustrada eu entendo isso melhor, eu convenço-me que eu te amo, e te amo puramente, sinceramente, cegamente até. Ser feliz, por enquanto, seria com você. Mas como serei feliz assim, com tanta coisa martelando em minha mente? Com tanta coisa transbordando do meu coração? Espero que um dia, não muito distante, isso se resolva. Que Deus diga-me um caminho para seguir, que Deus mostre-me o que fazer. Que Deus permita-me ser feliz, ao menos uma vez, com alguém que goste de todos os meus defeitos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...